14.1.08

'Baixo calão'

Depois de montar um relatório de 90 páginas, estou enfim passando o corretor ortográfico para poder anexar as imagens e me livrar desse perrengue. Mas é como sempre digo: melhor confiar no meu português mesmo. Tem coisas que só a microsoft faz por você. Viva a diversidade!

(se não consegue ver, clique na imagem para ampliá-la)

Depois de rir sem parar por 10 minutos, refleti sobre algo importante: nunca, jamais fique clicando em 'Alterar' sem prestar atenção no que ele sugere, É SÉRIO!



12.1.08

Gênese de pensamentos

Eu escutaria 'The Wedding Samba' até cair se tivesse escolhido a época em que nasceria. Mas não, sou uma workaholic na madrugada de um sábado, sentindo saudades do trabalho concluído (que eu maldizia ainda nessa semana). Um filme? Não, a TV me cansa. Poderia terminar meu livro (um bom livro é sempre uma excelente opção) mas a cabeça está cheia e quero ter olhos somente para ele quando folhear as últimas páginas: estou com medo de chegar ao fim e não ter mais sua companhia. 'Medo de chegar ao fim e não ter mais sua companhia'. O fim dos bons livros são como finais de relacionamentos: doem tanto! Me espanto quando me remeto aos 18 anos: sinto a dor que senti naqueles dias, quando ele me dizia que havia encontrado outra pessoa. Havia pouco ele me pedia para ter um filho dele! A adolescência tem um grau de insanidade, fruto da imaturidade, que é perigoso. E o ex-namoradinho vai ser pai em poucos meses. Ele deve estar feliz, queria ter visto sua alegria quando soube da notícia. Tem o boato que se separou da mulher pois ela queria filhos e ele não, e 6 meses depois já estava com outra mulher, esperando um filho. Até ele vai ser pai! Pai... o que dizer do sujeito cujo filho foi visitá-lo no dia da paz universal, quando voltava de uma viagem de 7 horas, desviando o carro na estrada e viajando duas horas a mais no sentido contrário de seu destino para dar um abraço-de- feliz-ano-novo, mas ouviu pelo interfone 'não vou atendê-lo, já é muito tarde: volte outro dia'? Aquelas atitudes difíceis que tomei, por mais dolorosas que tenham sido, me libertaram profundamente e me pouparam de situações assim. Pelo mesmo motivo a ex-roomate saiu de sua casa. No caso dela, ela ficou feliz e quem sofreu fui eu. Naqueles dias pensei que a pior coisa que podia ter feito foi ter saído de casa. Mas com o tempo - que coisa! - aquilo se tornou a melhor experiência da minha vida. Saudade. Acho que por isso meu coração borbulha quando meus amigos me dão a notícia de estarem indo para um canto deles. Me dou conta agora de quantos farão isso em breve, o que dá um destino nobre para a partilha de todas as minhas experiências, de lavar a roupa à traçar um destino cultural de uma pessoa só. Vontade incontrolável de andar na Paulista sem rumo, durante a noite, vendo as figuras ímpares. Era o que eu fazia muitas vezes. Mas chove, certamente não faria isso hoje se estivesse na Rocha. Provavelmente abriria um vinho, ficaria no escuro da sala ouvindo a chuva se mixando com a trilha sonora escolhida. Hoje, seria Genesis. Quando chove ou faz frio, geralmente é Genesis. Começaria com Carpet Crawlers, e imaginaria os serezinhos rastejando... na chuva! A chuva me encanta. E, na Rocha ou na colina, não há melhor programa. Vinho e música. Vou lá.

8.1.08

1908

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08 de janeiro de 1908

Nada mudou, mas cheguei às minhas conclusões. Se meu hoje retrocedesse 7 anos, saberia o que fazer. E toda a dor e indignação por meus atos, agora, não fariam sentido. Mas há 7 anos eu não sabia. Eu não conhecia, eu não permitia, eu não
vivia. E com um repertório tão insignificante eu simplesmente não poderia saber como fazer. Eu me perdôo: a vida não é uma experiência e não há depois, não há 'da próxima vez'. Cada fato tem seu início, meio e fim, ainda que retornemos a algo semelhante. A vida é única. E eu... Eu escrevi meu próprio romance antes de descobrir a mim mesma, e como saberia? Não havia vislumbrado os espelhos aos quais me atentei nos últimos anos: as histórias que ouvi, os livros que li, as pessoas que conheci - fragmentos que me possibilitaram vislumbrar a vida que não me permiti e quem eu realmente sou (seria?).
Então hoje, agora, me resta prosseguir arrastando-me na lama onde me joguei. A lama é o lar das pessoas que concebem a felicidade como sendo um eterno estado de inércia. E eu sei disso, mas o caminho de volta é longo demais e numa única vida não haveria tempo de retroceder. Parada, afundo. E isso, hoje, não quero. Prossigo pois talvez chegue noutra margem, talvez encontre outro fato para viver, dessa vez guiada por uma seta formada pelos fragmentos que reuní e que formam o mosaico que sou EU. Quando as pernas não conseguirem mais e não houver margem no horizonte, talvez desista. Talvez, afunde. Mas apenas não havendo forças nas pernas e possibilidade de margem no horizonte.
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