8.4.11

Destino:

: conceito inventado para aceitarmos fatalidades ou justificar impulsos por coisas que nos são irresistíveis.

17.3.11

A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não

Um antigo patrão me disse certa vez que eu era a cara da Maria Bethânia. Com a minha cara de Bethânia-triste depois de ouvir isso, ele falou: 'mas ela é linda, você não acha???'

Ele tinha mesmo que dizer a CARA? E olha que eu estava no auge dos meus 16 aninhos.

Depois me preocupo com os efeitos que a idade pode ter em mim e vocês acham que estou exagerando...

6.3.11

Com o retorno de Saturno...

...decidi começar a viver. (Renato Russo)

Se eu acreditasse em astrologia, eu diria que o retorno de Saturno fez todo o sentido na minha vida. Mas a verdade é que passar o meu último aniversário no velório de uma pessoa querida abriu mais meus horizontes que qualquer ciclo zodiacal poderia abrir: a vida é breve, e não é rascunho.

Aos 33, decidi começar a viver.

23.2.11

Eu

A mediocridade pode ser uma bênção. Problema é que medíocres não sabem que são medíocres, só quando damos um passo à frente da mediocridade é que percebemos isso. E um passo a frente é definitivo: não há como retroceder.

Ótimo.

Agora, é leve? Não. É fácil? Não. Muito menos tranquilo. É bem perturbador em alguns momentos, para ser bem sincera. E, me diz: é possível não ser dessa forma?

Talvez não hajam respostas para algumas perguntas, e isso me apavora. Talvez eu tenha que viver algumas coisas repetidas vezes, tropeçar, machucar e estar lá novamente cometendo as mesmas idiotices. Pois o problema da idiotice é justamente de não parecer idiota quando a memória falha.

Daí eu penso. Eu tenho o momento eureka, e eu fico realmente feliz com isso. O importante é 'dar sentido', senão não há sossego. E não importa se o sentido nao faz sentido, e que eu perceba pouco depois que a lógica não era aquela, mas sim que, sim!, existe outra equação. Pois no fundo eu sei que haverá novo tropeço, novas feridas, novas nuvens pesadas e o mesmo questionamento de sempre: que motivo te levou a andar nessa trilha de novo?

Eu conheço meu pai. Eu sei minhas falhas profissionais. Eu sei o que me deixaria contente. Eu sei o que me faz bem e o que não faz. Eu sei quem me ama, e quem é indiferente à minha pessoa. Eu sei definir bem o tratamento que as pessoas me dão. Sei o que me engorda, o que me tira o sono. Sei até como serão os dias que virão. Só não sei o óbvio: não ande pela estrada com o buraco de novo. Pois se somente eu posso tapar o buraco e não tapei, que catso estou estou fazendo perambulando por aqui de novo?

Dos melhores diálogos do mundo

Alguns poucos minutos com minha alma-gêmea-não-musical me deixam pensamentos para mais de uma vida. Nada paga esses momentos. Nada apaga.

30.1.11

Belle and Sebastian...

... making my days since 2001!

23.1.11

Sobre o crescer

As pessoas riem e me chamam de boba quando digo das mudanças que os 30 me trouxeram. Mas então, bem, elas fazem 30 um dia e vêm chorando me dizer que eu estava certa.

É claro: não há um padrão e talvez o início da minha 4a década não soe nem de longe com a dos demais. Mas há de se reconhecer que 30 anos de vida são uma dádiva, e que só se percebe isso quando se entra na casa dos 30. Nada se compara ao que a experiência pessoal nos acrescenta.

Sinto falta do que eu fui? Talvez, em alguns sentidos. Mas na maioria deles apenas me vejo como 3a pessoa da minha história. Quando me recoloco dentro de mim para ver o que se passava realmente comigo, é aí que me surpreendo: as piadas brotavam com um lindo sorriso no rosto da moça que estava com o coração dilacerado. Objetivamente, eu já era uma pessoa madura para alguém daquela idade. Minhas criancisses foram abandonadas antes do padrão, pelo que vejo. Mas havia isso de sorrir mesmo com o sapato apertado.

Isso se foi. E o melhor: o sorriso também. O sorriso mentiroso não existe mais. Sinto falta de sorrir, mas se fosse realmente contar os meus sorrisos sinceros talvez a média de hoje não seja tão inferior ao que era. A diferença está no quanto me poupo de fazer cena atualmente. E, Deus, como isso é bom!

Aprendi muito com isso aqui, e acho que cada dia mais essas palavras norteiam meu agir. Pois não há nada mais importante do que ser (ou ao menos tentar ser) honesto consigo mesmo e poupar-se da encenação, ou da justificação para pessoas que esperam justamente que você assuma a culpa de todos os seus problemas. E daí que algumas pessoas hoje certamente me taxam de intolerante, mas elas não sabem o quanto isso faz de mim alguém melhor. Na minha intolerância residem as defesas do amor que há em mim, e que antes disso era bombardeado a todo momento. E, olha, eu tenho orgulho do amor que eu posso oferecer.

Na minha curta terapia há alguns anos fiz a grande descoberta do quanto sou manipulável. Do quanto minha fraqueza jorra ao ver aqueles que amo precisando de mim. E outra: busco entrelinhas e me anteponho ao problema, me uso de escudo para o outro ainda que isso me machuque. E, se quer saber, eu estava morrendo. Pois em determinado ponto eu não via nada de mim mesma, eu só me via em cena de terceiros, defendendo, ajudando, pegando pela mão e, pior, sendo mal interpretada. E daí vieram os 30.

Me intrigava ouvir minha mãe dizendo que gostaria de ter o corpo de 20 com a cabeça que ela tinha aos 40. Mas mamãe, como sempre, estava certa. Nada no mundo é melhor do que o crescer. Eu não sou imune ao sofrimento. Aliás, eu sofro exponencialmente mais pelo fato de existir mais verdade dentro de mim. Mas não uso meu esforço para justificações, para humilhações, para competições, para defesas que não sejam as minhas. Não há mais palco para esse tipo de cena da minha parte, e percebo nitidamente os exercícios daqueles que me usavam em me provocar. Eu emputeço. E me afasto.

Me afasto, com prazer, de quem pediu ajuda e não soube agradecer, ou com quem diz que sumi, mas que não apareceu. De quem diz que me ama, mas usa dos mesmos gestos com pessoas sem significado, ou me diz sentir saudade, mas nunca dá um passo adiante. Não há energia dentro de um ser humano que não se consuma ao ceder a todas essas chantagens emocionais e, lembrem-se: eu quase morri. Cansei, era impossível prosseguir assim. Eu usei meias palavras comigo mesma com medo da dor de assumir tudo isso para mim mesma, mas a dor foi ainda maior por ter agido assim.

Se hoje tivesse que definir a mim mesma diria que sou uma pessoa de sorriso raro mas cheia de intensidade. Não há impulsos, mas há um agir por paixão. Não há arrogância, mas há um zelo ao que tenho de melhor, um agir por proteção, um instinto de sobrevivência de um bom coração que ainda habita aqui. Há uma dor aqui dentro que não tem cura, nem mesmo do tempo. Mas há uma pessoa com a experiência de todas as guerras internas que viveu cuidando de si própria.

17.1.11

Starring

O protagonista de um filme presumia o que aconteceria no final de um de seus mais importantes papéis. Mas ainda assim ele foi surpreendido ao perceber que as últimas cenas foram rodadas sem que ele estivesse presente.