24.9.07

Strawberry (fields) forever

Sem fome, nem de viver...
Mas isso sempre funciona como uma injeção de ânimo!

Living is easy with eyes closed
misunderstanding all you see

It's getting hard to be someone but it all works out
it doesn't matter much to me


20.9.07

Desabafos gerais

Detesto o calor. Eu insisto que sou um erro de logística celestial, pois esse tempo me deixa péssima: a pressão cai, tenho náuseas horríveis, fico improdutiva. Lembro de uma pequena fase da vida onde fui feliz no calor, mas eu era pré adolescente e passava tardes no clube, e os maiores problemas que me cercavam giravam em torno do meu primeiro amor e do eminente primeiro beijo. Mas eu cresci e o detesto. E moro numa cidade que piora essa condição. E acho mesmo que esse calor insuportável é um sinal muito claro do fim dos tempos.
Para piorar, me sinto péssima. Desanimada com tudo e todos ao meu redor. As pessoas são egoístas e você é a vítima preferida justamente daqueles por quem se esforça tanto. Não é possível que um ser humano não consiga enxergar o quanto suas atitudes podem fazer mal ao outro, e nessas horas eu tenho vontade de desistir. Coisa, aliás, que tenho feito muito. Tenho desistido de amigos, de trabalhos, de posses e planos. Mas preciso mesmo é aprender a desistir de pessoas pelas quais me sinto responsável para não desistir da vida. Eu já amei viver, sabe? Não me lembro quanto tempo isso faz...

17.9.07

Desadmiração

Você certamente já deixou de admirar algo ou alguém, certo?
Pois... O fato é que hoje estou aqui pensando nisso: no quanto algumas pessoas ou coisas deixam de ser admiradas por mim de hora para outra. E de vez em quando não é por algo que tenham feito ou deixado de. E aí é que está a parte interessante da coisa: o ponto de vista sobre muda, simplesmente. E isso acontece tanto durante a vida! E de vez em quando uma série de coisas perde o valor ao mesmo tempo. Então acho que se isso acontece com várias coisas num curto espaço de tempo estamos vivendo uma fase de maturação (assim espero). Mas creio nisso pois na maioria das vezes (pensando aqui e concluindo isso de forma empírica) o objeto não mudou, mas sim nossa visão/ percepção sobre ele. Nossa verdade foi alterada sobre aquilo, entende? E é como já diria Nietzsche: a verdade é um conceito, como outro qualquer. E cada um tem a sua.

10.9.07

Arestas

Quando o meu oráculo me usa de objeto de análise eu me assusto. Pois eu sei que alguns sinais são infalíveis. De quando em vez os fatos convergem para o encapsulamento e esse momento não tão constante me assombra um pouco, pois ele traz uma certa parcela de sofrimento: a vida vai se ajeitando para que eu deixe coisas para trás, para que eu assuma certos fracassos, para que eu me assuma falível e apare as arestas que fui criando no meu caminho nada retilíneo.
Mas não é assim que crescemos? Aparando arestas, com perdas para posteriores ganhos?
A poda traz todo tipo de benefícios de crescimento e força. No entanto o processo da poda dói, machuca, faz sofrer. Mas como já diria uma parábola, 'se o grão de trigo não morrer, viverá na solidão. Mas se acaso ele morrer, muito fruto há de dar'. Hora de morrer para uma série de coisas. E a lista só faz crescer. C'est la vie.

7.9.07

Focus

O tema é difícil, talvez eu dê voltas e não chegue a lugar algum. Mas e daí? Isso não é tese de coisa alguma mesmo, é só materialização de pensamentices.
Estou aqui divagando sobre o foco das pessoas. Sobre o fato de nossas alegrias e sofrimentos estarem diretamente ligados ao nosso olhar para as coisas, pois tanto maior é uma alegria se a gente sabe dirigir nosso olhar para ela e desfrutar do que ela nos proporciona, e o mesmo acontece com o sofrimento.
Eu observo muito: paisagens, edifícios, mas principalmente pessoas. Especificamente a forma como elas olham para a vida e as situações. Acho que sou assim pois quando eu era adolescente eu sofri, sofri. Sofrimentos adultos, eu diria, pelo tamanho da dor que me causavam. E com meu crescimento eu fui deixando de sofrer, pois descobri que podia escolher a forma de encarar as coisas. E não que eu esteja livre de sofrer, mas só não estou pois nem todo o meu olhar é direcionável. Ainda.
Lembro de um amigo estava prestes a ganhar uma filha. Tudo que as pessoas perguntavam para ele era "você está nervoso?". E então ele desabafou uma hora: Não entendo porque as pessoas perguntam esse tipo de coisa: os exames estão ótimos, o médico é bom, está tudo pago, ela tem uma cama para dormir e um peito para ser amamentada. Não tenho pq estar nervoso!'. E é desse tipo de pensamento que eu partilho.
Eu sou um tanto fria para situações limite. Cresci me desapegando de tudo que me ditava as formas de olhar. Eu não acredito que Deus me castiga, não acredito que se eu acender uma vela vai acontecer um milagre com o superaquecimento global, eu não acredito que o dia que nasci determina a cor que mais combina com meu tom de pele e muito menos a minha personalidade, eu não acredito que astros ordenam meu destino, eu não acredito em destino. Todas essas coisas me faziam escrava de um qualquer que diz ter visões do além em pedrinhas. Pedrinhas, para mim, são apenas pedrinhas. Além do que as previsões me davam alento e esperança de coisas que nunca chegavam e só postergavam meu sofrimento. Parei de ver assombrações a partir do dia que parei de acreditar nelas.
A Pollyanna aqui busca coisas positivas em quaisquer fatos, só por acreditar que o olhar tem mais poder do que conferimos a ele normalmente. Não que ele mude qualquer coisa, mas ele sempre terá algo bom para me ensinar.
Eu posso olhar para meu pai como um filho da puta que largou a família por um rabo de saia, mas eu olho para meu pai como uma pessoa carente, mimada e fraca, que encontrou alguém que dá atenção às chantagens emocionais dele pois sofre dos mesmos males, pois não teve família e não sabe dar valor para isso. Podia olhar meu ex-namoradinho como a pessoa mais insensível do mundo aos meus sentimentos mais nobres, mas olho para ele como um garotinho de 18 anos que acordou para a vida e me deu oportunidade de dar um salto na minha maturidade. A vida acontece, simplesmente: Todos somos iguais, todos temos direito de tudo, todos erramos, todos sofremos, todos amamos, todos nos surpreendemos. Não creio que estou pagando por isso ou aquilo. Graças à Deus!
Então a vida me ensinou que independente de mim, ela segue seu curso. Minha preocupação doentia e meu zelo total não servem de nada para aquilo que transpõe a minha pele. E o resultado de cada ação em mim vai depender mais da forma como olho para ela do que ela em si.

6.9.07

Da independência, do hoje

Do amanhã ninguém sabe, mas para o hoje tenho a minha própria resolução, e se há algum lugar aonde você não tem direito e possibilidade de invadir esse lugar sou eu. Não me ligue, não me chame, não me escreva: hoje é um dia daqueles em que eu me basto. Sou auto suficiente em minha solidão, a solidão que busco quando já me sinto absolutamente vazia. Busque em quem confiar, para quem contar seus planos, para quem contar seus casos e seus verdadeiros amores: eu deixei de ser, hoje, esse ombro e esse ouvido, mesmo sabendo que do amanhã sabe-se lá.

Já faz muito, muito tempo e não me lembro mais porque escrevi isso. Mas guardei, pois combina com um estado de espírito constante por aqui. E como a vontade de isolamento chegou forte, está publicado. Não tem horas quem o mundo parece te escolher e dá vontade de se encolher na sua bolha proxêmica? Ou que as pessoas parecem falar sem fim mas nem mesmo respondem ao seu bom dia? Então... Para digerir fatos existem os feriados!
;)

2.9.07

Alma gêmea

Uma certa vez a vida me deu um presente dos mais inusitados: encontrei a minha alma gêmea através de um post na internet, num blog da amiga do amigo. Desde então o Dani se tornou então meu amigo de fé e irmão camarada.
Ele me apruma nas horas de desespero, tristeza e afins. É um porto seguro e sabe enxergar exatamente a dimensão de cada alegria que me ocorre. E é por isso que a definição 'alma gêmea' é tão verdadeira conosco: a gente se entende BEM, sem precisar de grandes discursos explicativos acerca de qualquer sentimento que nos envolva, ao ponto de num simples oi conseguirmos sentir que o outro não está bem. Sei lá, mesma constituição de alma, vai entender. O fato é que se há alguém que eu possa falar que é um irmão fora da família, esse alguém é o Dani.
E hoje estou alegre e chateada. Alegre pois esse mocinho sensível, de alma delicada, que se faz presente mesmo quando está longe através de um simples sms ou um email rápido completa 27 aninhos. 27 anos! Eu só tenho que agradecer a Deus por ter criado esse ser humano tão lindo e ainda mais por ter essa presença em minha vida.
Mas estou chateadinha: chateada com a nossa distância e por estar, mais um ano, distante fisicamente de uma das pessoas que mais amo numa data tão linda como essa. Sinto toda saudade de você, meu querido! Ao ponto de doer, é verdade...
Para matar um pouco da saudade estou olhando fotitas. Logo quero poder comer maçã do amor ao vivo e em cores. Love you! Parabéns mais uma vez, e que essa nova fase seja linda e especial e te faça concretizar aqueles velhos planos que, é claro, vão me beneficiar imensamente! ;)