15.3.06

Decorar e aprender

Hoje eu percebo quanto tempo perdi tendo aulas que não serviram prá absolutamente nada, do primário ao final da faculdade. Eu marcava presença, apenas. Decorava a matéria, tirava uma boa nota na prova e no dia seguinte aquilo não servia mais e era deletado do meu HD orgânico. Penso como seria proveitoso hoje, com a maturidade que adquiri, fazer meu curso novamente. Pois a maturidade tira as nossas vendas, não?
E Deus é um sábio professor. Disse coisas que a gente insiste em decorar, mas só aprende se AMAR a palavra dita. Ele é o poeta das metáforas perfeitas, cuja poesia a gente só enxerga se SENTIR verdadeiramente. E daí eu concluo: só merece o 'céu' quem ama, ainda que fuja de tudo que está escrito. Pois amar nos desvia de todo o mal. Danem-se as regras ditadas por todos que aprendemos a decorar: o necessário é amar, mais nada.

14.3.06

Filosofando (3/N)

E o que é o ruim senão aquilo que se manifesta de forma contrária às nossas boas experiências? Pois a dor nada mais é que a ausência do bem estar conhecido. Senão, o normal seria a dor. E com ela eu conviveria. Assim como o amor: a gente só deseja perpetuar o sentimento pq conhece todo o bem e a sensação de saciedade que ele traz pra alma. E assim é com a amizade, o sexo, enfim.
É por isso que a infância é tão cheia de poesia, não? A gente não tem muitos parâmetros para entender os antagonismos. Mas eu achei a infância insossa. Não tenho saudades dela. Talvez por não ter vivido nada ao extremo ao ponto de questionar, eu era uma pessoinha na média. A adolescência, no entanto, eu vivi dolorosamente. Minha adolescência foi um eterno desencontro de mim mesma: tudo que eu almejava escorria das minhas mãos, e experimentei a revolta adolescente diariamente. Eu não era revoltada, eu era uma pessoa contida e polida, sempre fui. Mas aqui dentro eu lutava com os conceitos que foram vomitados na minha formação.
Já o hoje... o hoje é uma dádiva. Eu sou feliz por conhecer o céu e o inferno, e saber quais os caminhos que devo seguir prá me manter na trilha do equilíbrio. Eu amo ao extremo, me entrego ao extremo, sofro ao extremo. Tudo como tem que ser, pois aprendi a viver a dor e a delícia. E quando algo novo surge em minha frente prá me tirar o sono, eu subo no salto e prossigo. Pois nada é mais suave do que entender que a vida é o caminho, que é prá frente que se anda, e que parar ou retroceder só vai nos fazer viver determinados pontos da estrada além do necessário. Aqui dentro sou uma velha, mas uma velha no sentido de experimentada, pautada e resolvida. É o que sou, na verdade. O resto é máscara, todo ele. E me gosto tal e qual sou, mudaria apenas minha forma de buscar aprovação que é raíz de todos os meus maiores defeitos. Gosto de pensar, e é nisso que consiste a maturidade: questionamento. Conhecer-se, resolver-se.

12.3.06

Eu sou legal!

Acho legal ser legal. Além do que, ser legal é fácil. Ser chato depende de tão mais esforço!!!
Pessoas chatas são um saco!

11.3.06

Filosofando (2/N)

Sei lá... é como quando algum ponto de felicidade se esvai e eu, não aceitando, buscasse algo prá suprir sua falta, em qualquer lugar. O problema maior é que o destino é sempre o mesmo, e preciso abrir mão dele. E abrir mão de coisas que nos fazem inflar não é nada fácil... Pois o outro é sempre algo em nós, e enxergá-lo como sendo simplesmente 'o outro' é das tarefas mais árduas que alguém pode ter. Colocar-se em segundo plano pro outro SER, entende? Como esquecer de si dessa forma, ainda que seja pelo bem do próximo?
A conclusão a que chego, toda vez, é que meu pseudo-altruísmo é fachada, dessas máscaras que uso prá ganhar aprovação de todos. Mas no fundo sou uma alma mimada, que não aceita o 2o lugar na vida das pessoas que ama.
Cresce, Cátia!

10.3.06

Tempo, tempo, mano velho!

Nada como o tempo, já diria minha avó. Esse fator implacável, que cura todas as feridas e resolve todos os problemas. Aquele que torna possíveis os sonhos inatingíveis e nos faz sorrir e chorar após chorarmos e sorrirmos.
Quem diria... Quem diria que eu poderia apagar as dores que já vivi, que a mão manchada à nanquin seria uma doce lembrança longínqua da faculdade e que eu conseguiria pagar as 12 prestações da geladeira, ainda que sem juros.
Mas ele também tem personalidade forte e vontade própria: é devagar nos processos que temos pressa e corre quando desejamos que ele não passe.
Aprender a lidar com o tempo e seus paradoxos é um dos maiores atalhos para se alcançar a sabedoria.
'Tempo, tempo, mano velho... conto contigo pela madrugada!'