23.2.11

Eu

A mediocridade pode ser uma bênção. Problema é que medíocres não sabem que são medíocres, só quando damos um passo à frente da mediocridade é que percebemos isso. E um passo a frente é definitivo: não há como retroceder.

Ótimo.

Agora, é leve? Não. É fácil? Não. Muito menos tranquilo. É bem perturbador em alguns momentos, para ser bem sincera. E, me diz: é possível não ser dessa forma?

Talvez não hajam respostas para algumas perguntas, e isso me apavora. Talvez eu tenha que viver algumas coisas repetidas vezes, tropeçar, machucar e estar lá novamente cometendo as mesmas idiotices. Pois o problema da idiotice é justamente de não parecer idiota quando a memória falha.

Daí eu penso. Eu tenho o momento eureka, e eu fico realmente feliz com isso. O importante é 'dar sentido', senão não há sossego. E não importa se o sentido nao faz sentido, e que eu perceba pouco depois que a lógica não era aquela, mas sim que, sim!, existe outra equação. Pois no fundo eu sei que haverá novo tropeço, novas feridas, novas nuvens pesadas e o mesmo questionamento de sempre: que motivo te levou a andar nessa trilha de novo?

Eu conheço meu pai. Eu sei minhas falhas profissionais. Eu sei o que me deixaria contente. Eu sei o que me faz bem e o que não faz. Eu sei quem me ama, e quem é indiferente à minha pessoa. Eu sei definir bem o tratamento que as pessoas me dão. Sei o que me engorda, o que me tira o sono. Sei até como serão os dias que virão. Só não sei o óbvio: não ande pela estrada com o buraco de novo. Pois se somente eu posso tapar o buraco e não tapei, que catso estou estou fazendo perambulando por aqui de novo?

Dos melhores diálogos do mundo

Alguns poucos minutos com minha alma-gêmea-não-musical me deixam pensamentos para mais de uma vida. Nada paga esses momentos. Nada apaga.