24.7.08

Lei Seca

Eu si divirto com as discussões acaloradas dos meus amigos em torno da lei seca. Sinceramente, para mim não faz a menor diferença, já que nunca fui chegada na embriaguez. Então vai um incentivo para meus queridos que insistem em discutir a nova lei, para que vejam o lado positivo da coisa!

15.7.08

Estranha essa coisa de sintonia, essa coisa de alguém passar exatamente por coisas que passamos nos mínimos detalhes.

Então vejo aquela mulher, linda e cheia de vontade de viver, tropeçando nos mesmos buracos que eu já tropecei. E o impressionante é que eu praticamente pude prever certas coisas.

E daí que ela quer dar um jeito no caminho. E eu digo que não há jeito.

Bem que poderia: também estou cansada disso, mas já briguei demais. Desisti.

Me pergunto se isso é algum tipo de comportamento padrão ou se é algo do além mesmo.

7.7.08

Esperança

A coisa triste de partir é a obrigação de deixarmos coisas que não queremos deixar. E assim foi com o meu convívio com a Fer, que é uma mulher que amo, quando saí do meu penúltimo emprego. Sinto muita falta das nossas conversas sobre todos os assuntos, sobre os desabafos e confidências de uma época de nossas vidas que, sem dúvida, fez de nós pessoas muito mais maduras.

E ela me presenteou há alguns dias com um poeminha de Vicente de Carvalho sobre a esperança, que não é um poeminha meigo de ninar, e sim uma forma real de enxergar essa coisa que nos move mesmo que nunca alcancemos o que esperamos.

Há duas coisas que eu tenho como alicerces, das quais não posso abrir mão se quiser me sentir viva: o convívio com os outros - pois realmente acredito que a vida é a arte de conviver, e ainda vou dissertar sobre isso por aqui- e a esperança. Desde sempre pensei que posso até não alcançar o que espero, pero sin perder la esperanza jamás. E talvez seja esse mesmo o mecanismo da esperança: não ser conquistado para continuar nos alimentando todos os dias com a vontade de viver.

Só a leve esperança em toda a vida
Disfarça a pena de viver, mais nada;
Nem é mais a existência, resumida,
Que uma grande esperança malograda.
O eterno sonho da alma desterrada,
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz, sempre adiada
E que não chega nunca em toda a vida.
Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,
Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde nós estamos
.