31.1.10

Juliana Kehl

Houve tempo em que eu só ouvia música nacional. Era gosto mesmo, não era frescura. Havia uma rádio que tocava umas músicas nacionais supimpas e alimentava o gosto, mas a rádio ficou repetititva e naturalmente o meu repertório cotidiano voltou a ser globalizado. Pessoalmente eu devo dizer que a 'nova MPB' não é algo que me atraia muito. Coisa ou outra agrada, mas enjoa. Ao contrário do que costumo me apaixonar, que nem sempre me desperta interesse no primeiro momento, mas vira vício em seguida. Mas música, a gente sabe, é como uma grande loja de departamentos. Se você olha tudo-junto-misturado dificilmente vai ver algo que goste. Mas daí você presta atenção nas particularidades e algo salta aos olhos. É disso que vim falar.

Ano passado eu e um grupo de amigos fomos ao casamento de um amigo em comum no litoral e nos hospedamos todos juntos numa casa. Uma mocinha miúda e aparentemente muito delicada passou a manhã bordando um cinturão e se voluntariou para preparar o almoço de um batalhão de pessoas. Pensei comigo 'hum, prendada! Das minhas!' Mas daí ela começou a preparar o almoço de 15 pessoas e cantarolar despropositadamente, e vi que não sou uma das dela: a moça CANTA. Com a afinação que brota de uma segurança que só gente grande, de espírito, tem. E então é que juntei todas as informações para compor a imagem da Juliana Kehl: uma moça linda, prendada, talentosa, inteligente, marcante. Que estava construindo uma carreira em meio à toda a dificuldade que sabemos que esse meio oferece num país como o nosso.

No ano passado ela lançou seu primeiro CD e desde então está fazendo um agradável barulho. Comentários positivos brotam de todos os lados e não há como não ficar feliz com isso. Eu precisaria ser especialista em música para falar da Juliana como ela merece, só que infelizmente não entendo tanto além do que toca o espírito e nem tenho influência alguma em veículos de divulgação consistentes. Mas não há como não vir falar bem e dar a minha mínima contribuição: não é apenas pela pessoa, que gosto muito, mas pelo talento que realmente merece ser divulgado.

Para quem quiser ouvir e conhecer um pouco mais, aqui está o perfil da moça no MySpace.

Para quem quiser ler mais opiniões e ver que não sou uma simples puxa-saco, aqui vão alguns links só para começar:

Estadão- Jornal da Tarde
Veja Recomenda
Conexão Vivo
Entrevista para o Radar Cultura
Entrevista para a Web Radio TV CCSP

Sucesso para a querida!

20.1.10

Presentinho de Deus*

Há fatos na vida que fazem com que todas as coisas que nos afligem nos dias pareçam banais.

Desde a última segunda-feira estou pisando em ovos com o fato que mudou a vida de uma das pessoas mais presentes na minha vida de uma forma especialmente linda: a Dora chegou ao mundo num parto natural, em casa (por opção, pois sei que vão perguntar), mansinha, derretendo o coração de todo mundo e virando mascote de uma turma que amo. Já não bastasse ser de minha amiga de longa data, fiel escudeira, dos meus afilhados queridos e o primeiro bebê da tribo Tupi, ela ainda tinha que passar na fila da fofura 2 milhões de vezes para que nos deixasse ainda mais encantados.

Não faço outra coisa senão pensar nisso de 5 em 5 minutos e sorrir, e agradecer aos céus pois o mundo ainda tem coisas muito, muito belas. Ela não podia ter outro nome!

Parabéns à Xuxu e ao Tom pela pequena!

* Dora: do grego, significa dádiva, presente.

7.1.10

Bye bye, so long, farewell*

Os últimos tempos não estão sendo fáceis. Eu sinto que dei a volta ao mundo para parar no mesmo lugar depois de descobrir que entre tantas coisas que achei não conseguir conviver, há algumas que até consigo em prol de outras. Mas teimosa que sou, precisei dar a volta para chegar no mesmo lugar e dizer 'ok, o caminho parece ser por aqui'.

Tem um lado bom. Estou crescida em muitos sentidos, que farão bem à mim e aos que me acompanharão na nova trilha. Mas a dureza de uma situação como essas é o sentimento de fracasso que fica depois de investir tanta energia em algo que outras pessoas fizeram questão de ver desmoronar, passivamente. E meu medo é imaginar que o desânimo desse tipo de situação mude em mim qualidades que julgo me constituirem: energia, alegria, dedicação. Há momentos em que simplesmente me dá vontade de me jogar na maré, como vejo tantos fazerem, e ver onde isso me leva, já que o que dispendi não me fez ir mais longe que os demais. E isso é tão desmotivador! Espero que o que virá depois não pague as consequências do desânimo que se instaurou por aqui.

Mas de toda viagem que se retorna ficam as boas lembranças. As más viram boas histórias, e há também os bons amigos que fazemos pelo caminho, cada um com sua riqueza particular que sempre é soma dentro dos nossos mundinhos limitados.

Eu não sou dessas que faz mil promessas de ano novo ou de aniversário, pois acho que todo dia é um bom dia para novos propósitos, e deixá-los para agrupar tudo no início de um ciclo qualquer nos faz pessoas atrasadas em nossa própria história. Mas coincidentemente muito aconteceu no final do ano e está para acontecer no início deste. Boa parte não é ótima, mas algumas são boas. Outras são indefinidas, mas eu realmente pretendo gastar a energia que me resta para tentar fazer brotar novas energias, muito positivas. E espero profundamente que pessoas queridas possam partilhar comigo disso, nem que seja apenas dos sorrisos já colhidos, mas partilhar... Pois não há nada pior do que a sensação de querer gritar e imaginar que o único que te ouve é o nada. Ou de falar sozinho, mesmo quando se fala com alguém.

O que passou, passou. Se ainda não está morto e enterrado, no velório eu não vou estar.

*O título desse post serve para pessoas queridas não esquecerem de mim e de meu talento com as 'pick ups' nas tardes de expediente que não teremos mais.