7.6.07

Nem sim, muito menos não

"Não ver, não ouvir, não deixar muita coisa se aproximar - primeira mostra de inteligência, primeira prova do fato de que a gente não é um acaso, mas sim uma necessidade. A palavra usual para esse instinto de autodefesa é a palavra gosto. Seu imperativo não apenas ordena a dizer não, onde o sim seria uma 'atitude desinteressada', mas também a dizer não o menos possível... Separar-se, amputar-se daquilo em que o não sempre voltaria a ser necessário. A racionalidade nisso é o fato de que as despesas defensivas, por mais pequenas que sejam, quando levadas à categoria de regra, de hábito, acabam condicionando um empobrecimento extraordinário e completamente desnecessário. Nossas grandes despesas são o grande número de despesas pequenas. O ato de defender, de não-deixar-se-aproximar é uma despesa - ninguém se iluda a respeito disso-, uma força esbanjada para objetivos negativos. A gente pode, apenas na necessidade constante da defesa, ficar tão fraco a ponto de não conseguir se defender mais..." (NIETZSCHE, em Ecce Homo)

Pois é...

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