Sou como você: alguém que busca incessantemente preencher-se, procurando sempre o não-sei-o-quê potencial cumpridor desse papel. Alguém que vive da ilusão que o próximo passo pode trazer o sentimento de completude.
Combinemos que isso não existe. No fundo, sabemos. Talvez não tão no fundo, e por isso nossos momentos de lucidez nos deixam tristes e insatisfeitos com o universo ao redor imediato. Algumas coisas surgem em nossas vidas para habitar o plano do 'e se...', só. E lá devem ficar, pois fora de lá perdem todo o sentido. Minha terapeuta me dizia que se estivermos 99% preenchidos e felizes, ainda assim vivemos buscando o 1% que falta como se ele fosse essencial para nossa felicidade.
Fato.
Após o abraço longo de quem não vê alguém que ama há meses, meu querido me fez uma pergunta intrigante. Eu respondi, na lata (pois consigo ser totalmente transparente com ele e praticamente com mais ninguém). Analisando agora, a resposta da pergunta se resume no seguinte: a gente se lança nas coisas impulsivamente para preencher vazios, buscando preservar o que se tem na ilusão de que o que está lá, lá está e vai ficar. No fundo, o conforto dos 99% nos faz pensar que há garantias. É... Mas elas não existem, meu bem. Nem para mim, nem para você. Nem para o corpo, o emprego ou as amizades. Muito menos para as promessas: essas ignoram completamente o amanhã.
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3 comentários:
O aniversário está chegando, o fim da faculdade, e uma dor no peito que não quer passar... Mas sabe, sempre que leio "amanhã" penso na música do Guilherme Arantes, não a versão que sempre toca nas rádios, mas uma beeeem longa que está no disco "ronda noturna", e fico feliz e cheio de esperanças. Completude, eu aprendi, só na morte. Mas isso não nos impede de achar mta felicidade...
entendo a parte da completude. entendo a tristeza que chega perto e vai doer, nos momentos de lucidez.
e fiquei curiosa sobre a pergunta,embora concorde com a resposta: nao há garantias.
saudade de você, querida.
muita.
beijo
Ah, Veri... nem lembro bem da pergunta, se quer saber! rs É que no momento da resposta vi o quanto do que conversávamos poderia ser uma postura de vida, e acabei achando melhor registrar até para que eu mesma não me esquecesse. Acho que falávamos sobre compromisso, promessas, essas coisas.
Também estou com saudades, querida. Ando tão distante da internê! Tomara que nos encontremos logo, nem que seja só no mundo virtual!
Beijão...
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