8.6.07

A mistura da janta

Sobre expressões que incomodam:

Eu tenho lá meu grau de frescura, que nem é tão baixo assim, confesso! E talvez por causa disso algumas palavras me desnorteiam.
Eu cresci odiando a palavra beleza. Acho sem rima poética, sei lá. Fato é que essa palavra só se tornou suportável quando se tornou gíria. 'Então, beleza! BLZ!'. E só pensando assim eu consigo pronunciar. Fora desse contexto, ela só se encaixa em diálogos domésticos do tipo 'Comprei uma mandioca que é uma beleza, menina!'. E, definitivamente, não nasci pra ter esse tipo de diálogo.
Mas janta e mistura não se adaptam, passe o tempo que passar.
Sobre a primeira palavra, veja a diferença:

- Hora da janta! OU
- O jantar está servido!


O primeiro é sem classe, o repeteco do almoço. Mas jantar é tão sonoro e convidativo! Então não importa se estamos consumindo o repeteco do almoço, eu sempre uso jantar. Questão de estilo.
Agora mistura é palavra que não entendo. Meu pai abominava ouvir essa palavra e acho que o argumento dele fazia muito sentido: o que vem à cabeça quando você ouve a palavra mistura? Para mim soa como papa de neném, tudo que tem para comer numa grande maçaroca. Então não me conformo do atrativo principal do prato, o diferencial dele, levar apelido de maçaroca. É de perder o apetite.
Moral da história: faça um tutu-de-feijão-com-ovo-mexido, e me convide para JANTAR um prato especial composto de tutu-de-feijão-com-ovo-mexido, porém nada declarado como mistura, e aceitarei apetecida. Mas se me convidar para um risoto acompanhado de mistura, ainda que essa seja um salmão grelhado ao molho de mostarda, vou entender que estou consumindo o rest'o-donté.

2 comentários:

Anônimo disse...

Veja que beleza
A janta está na mesa
E hoje tem mistura,
Parece domingo!

hahahahaha

Catita disse...

Tinha que ser o rei da mistura na janta pra fazer versinho!
Mas BLZ! Pelo menos vc conseguiu rimar beleza com mesa! HAHAHAHAHAHA