18.3.07

Trânsito e TPM

Eu até gosto do transporte coletivo. Não o de São Paulo, mas como alternativa de transporte. Eu sinto toda a tensão do guia quando estou de carona num carro, e automaticamente assumo a irritabilidade por todos os transtornos de quem dirige numa cidade como a minha. É muito estressante conhecer o condutor do veículo e, pior, estar do lado dele. Então prefiro o coletivo. Metrô, pela facilidade; ônibus, pela oportunidade de contemplação. No ônibus eu não preciso fazer sala ao vizinho de banco e a lentidão sempre me faz prestar mais atenção no que acontece ao redor, muito propício às minhas vãs filosofias.
E falando em trânsito, eu estava pensando no mocinho que vi fazer malabarismos de farol noutro dia, indo ao trabalho com meu irmão. Ele jogava as bolinhas lá encima, para toda a fila do congestionamento conseguir enxergar. Dava voltas enquanto esperava-as descer, pegava algumas com o pescoço, e além do que esbanjava simpatia. Eu não ajudei pois sigo a política de não-incentivo ao subemprego, mas dá vontade! Ele é fofo, e diz um 'vai com Deus' lindo quando alguém colabora (mulher é bicho bobo, mesmo). Já na Paulista, outra vez, um tiozinho com andar bêbado passava de mão estendida de fora a fora pedindo esmola. Esse é o tipo de coisa que não entendo como alguém é capaz de ajudar. Tive vontade de descer e falar: 'Você é louco? Acha mesmo que tem o direito de pedir esmola para encher a cara?', mas daí eu lembrei da que estava de TPM e achei melhor respirar fundo e deixar prá lá.
Aliás, cuidado: estou de TPM!

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